A Cura do Paralítico de Betesda
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esboço de sermões gratuitos.
Este é mais um esboço de sermão que com certeza
será muito útil em suas pregações.
Introdução:
O evento de João 5 tem como cenário o Tanque de Betesda. O próprio texto afirma que “Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse” (v. 3-4). A crença na descida de um anjo gerou expectativa em muitos enfermos, provocando assim um ajuntamento de pessoas que estavam desenganadas pela medicina e aguardavam unicamente uma intervenção divina para solução de seus problemas. Todas essas pessoas estavam à espera de um milagre.
Entretanto, a Bíblia diz que Jesus desce ao encontro de um homem. Senão, vejamos:
Quem é esse homem?
1 – Um colecionador de fracassos
Estamos diante de um
homem que sabe exatamente o significado da palavra fracasso. São 38 anos
de tentativas frustradas. São 38 anos de experiências negativas. O
histórico desse homem está marcado por decepções. Há 38 anos esse homem
vê pessoas sendo curadas, mas ele não alcança a cura. Há 38 anos ele
testemunha outras pessoas sendo beneficiadas pelo agito das águas, mas
ele mesmo ainda está a esperar.
Muitas pessoas se
encontram nessa mesma condição. Estão há tanto tempo esperando um
milagre de Deus em suas vidas. Já ouviram tantos relatos e testemunhos
de pessoas que foram abençoadas, mas simplesmente parece não chegar a
sua vez de experimentar na sua própria vida aquilo que evidencia na vida
de outras pessoas.
2 – Alguém abandonado.
Quando Jesus lhe dirige a
seguinte pergunta: “Queres ser curado?” (v. 6) ele prontamente
responde: “Não tenho ninguém…”(v. 7). Esse homem expressa sua realidade
de abandono. Abandonado pela família. Abandonado pelos amigos.
Abandonado pela sociedade. Abandonado pelo Estado. Não há nada mais
terrível do que o sentimento do abandono.
Pior do atravessar uma
doença é atravessar uma doença sozinho. Pior do que estar no hospital, é
estar no hospital sozinho. Não ter ninguém ao seu lado. Ele não contava
com a solidariedade de ninguém. Em nome da fé pode-se criar um ambiente
de competição, estresse, disputa e tensão. Naquele lugar, todos eram
adversários, querendo um milagre. Havia uma concorrência em busca de
milagres.
3 – Alguém que carrega um sentimento culpa (v. 14).
Não há consenso entre os
comentaristas, mas o fato é que o verso 14 traduz uma idéia de que sua
condição de paralisia se deu como conseqüência direta do seu pecado.
Jesus advertiu-o, dizendo: “Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda cousa pior” (v.
14). A Idéia que o texto passa é que ele estava naquela condição em
função do seu pecado. Se essa interpretação for verdadeira, com certeza
esse homem carrega um enorme sentimento de culpa. Afinal, seus próprios
caminhos o conduziram a uma vida de enfermidade.
Qual a reação de Jesus?
1 – Enquanto todos vão à Jerusalém em direção à festa, Jesus se dirige ao Hospital da cidade (v. 1-2).
O texto é categórico ao
afirmar que havia uma grande festa em Jerusalém. Possivelmente a Páscoa
ou a Festa dos Tabernáculos (celebrações responsáveis por grandes
ajuntamentos em Jerusalém). Contudo, enquanto todos se dirigem ao
banquete, Jesus vai em direção dos aflitos. Jesus disse: “os são não precisam de médicos, e sim os doentes” (Mt 9:12). Portanto, se você é alguém enfermo, doente, alguém que está a espera de um milagre…, você está no lugar certo.
Você está em Betesda! A
palavra Betesda significa Casa de Misericórdia. Aqui não apenas os anjos
descem para mover as águas, mas o próprio Cristo se faz presente para
curar o seu povo. Jesus se dirige a um lugar onde havia uma multidão de
doentes. Havia doentes de todas espécies. Um aglomerado de pessoas
enfermas. Todas em busca do mesmo objetivo: ser curado! O que atraía as
pessoas para aquele lugar era a expectativa de saírem dali curadas.
2 – Jesus está diante de uma multidão, mas vai em busca de um único homem.
Isso é simplesmente
impressionante! Vemos aqui o valor de um indivíduo para Deus. Esse texto
declara que Deus te vê no meio da multidão. Para Deus, você não é
apenas mais um. Jesus moda todo o seu itinerário para encontrar-se com
um único homem. Parafraseando o rabino Abraham Heschel: “a
grande diferença entre o cristianismo e todas as outras religiões do
mundo é exatamente esta: nas outras religiões o homem está tentando
desesperadamente buscar Deus, enquanto no Cristianismo, o homem está
terrivelmente perdido e, por isso, Deus vai em busca do homem para
salvá-lo”.
Jesus vai em busca daquele homem:
2.1 – Jesus vê (v.
6). No meio daquela multidão, os olhos de Jesus alcançam aquele homem. O
profeta Isaías já sinalizava sobre o olhar misericordioso de Deus “Porque
a minha mão fez todas estas cousas, e todas vieram a existir, diz o
SENHOR, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de
espírito e que treme da minha palavra” (Isaías 66:2).2.2 – Jesus sabe (v.
6). Essa expressão revela a onisciência de Deus. Servimos a um Deus que
sabe e conhece todas as coisas. Jesus conhecia o histórico daquele
homem, bem como seu drama e sua dificuldade em alcançar um milagre. Não
há nada que escape ou fuja do seu controle.
3 – A intrigante pergunta de Jesus
“Queres ser curado?”.
Parece meio fora de ordem essa pergunta de Jesus. Evidentemente, se
aquele homem estava ali é porque alimentava em seu coração a expectativa
de ser curado. Essa pergunta, basicamente, foi a mesma pergunta que
Jesus fez ao cego Bartimeu: “Que queres que eu te faça?” (Lc 18:41).
Obviamente, Bartimeu estava a procura da restauração da sua visão.
Entretanto, parece-me muito claro que Jesus desejava ouvir a confissão
por parte deles.
A confissão é algo muito
importante na vida cristã. Devemos confessar ao SENHOR não apenas
nossas faltas e pecados, como também nossas limitações e, sobretudo,
nossa total dependência da graça dEle em nós. Após confessar diante de
Jesus sua condição e real necessidade, o paralítico de Betesda
finalmente, após 38 anos de espera, alcança um milagre. Contudo, dessa
vez um anjo não desceu do céu para agitar a água; foi o próprio Deus
quem desceu do seu trono de glória para encontrar-se com ele.
Rev. Daniel Sampaio Mota
Rev. Daniel Sampaio Mota
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