O CORAÇÃO DO PECADO É O PECADO DO CORAÇÃO
INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Êxodo 20:17
1. Cobiçar é uma atitude imoral do coração degenerado, não são
atos externos de um indivíduo.
2. Cobiçar é a mãe dos desejos
impróprios os quais o pecador precisa lidar diariamente, os quais surgem
naturalmente.
3. Cobiçar é um pecado que Deus
abomina mais que os atos pecaminosos. Ellen G. White afirma:
a) “O
maior pecado que há representante na igreja é a cobiça. Deus se desgosta com
Seu professo povo por causa de seu egoísmo”.
b) “O
bêbado é desprezado, e se diz que seu pecado o excluirá do Céu; ao passo que o
orgulho, o egoísmo e a cobiça muitas vezes não são reprovados. No entanto,
esses são pecados especialmente ofensivos a Deus, pois são contrários à
benevolência de Seu caráter e àquele desinteressado amor que é a própria
atmosfera do Universo não caído”.
c) O plano de Satanás é: “Fazei
a cobiça e o amor dos tesouros terrestres o traço principal do seu caráter
[referindo-se aos membros da igreja]”.
I. O ÚLTIMO DOS DEZ MANDAMENTOS NÃO É O MENOS IMPORTANTE – Êxodo 20:17
1. Nem sempre o último
significa que algo seja de menor importância, pode até ser o que tenha mais
relevância.
2. Nem sempre o que fica
para o final possui valor inferior ao que está no início; aliás, muitas vezes é
o que está no fim que dá valor ao que está no início.
3. Nem sempre o que vem depois
é menos relevante, pode ser que o que vem depois dê mais valor ao que vem antes.
Veja isso nitidamente no último dos Dez Mandamentos:
a) O décimo mandamento foi uma
das ênfases de Jesus no Sermão do Monte (Mateus 5:21-37).
b) O décimo mandamento
auxiliou Paulo a perceber que realmente ele era pecador (Romanos 7:7).
c) O décimo mandamento,
referente à cobiça, é a principal ênfase de Paulo para a igreja de Éfeso
(Efésios 5:3).
II. O ÚLTIMO MANDAMENTO VAI
ALÉM DO COMPORTAMENTO, CHEGA AO ÍNTIMO DO CORAÇÃO – Êxodo 20:17
1. O décimo mandamento contém a essência dos Dez Mandamentos:
a) O Dicionário Bíblico Adventista
do Sétimo Dia explica que cobiça vem do grego pleonexia significando ganância,
avareza e cobiça. E depois afirma: “A cobiça é um dos mais graves pecados
(Ef 5:3), assim como a idolatria (Cl 3:5). Em certo sentido, o décimo mandamento
resume a segunda parte do decálogo (Êx 20:17), uma vez que, de uma forma ou
outra, é a cobiça que nos leva a pecar contra outros. A cobiça leva ao abandono
da fé (1Tm 6:9, 10)”.
b) “O décimo mandamento
complementa o oitavo, pois a cobiça é a raiz da qual surge o roubo. De fato, o décimo
mandamento tem a ver com os demais. Representa um avanço notável em relação à
moral de qualquer código antigo. A maioria dos códigos não foi além dos atos, e
poucos levaram em conta as palavras, mas nenhum se propôs a regular os
pensamentos. Esta proibição é fundamental para a experiência humana, pois
penetra até as motivações por trás dos atos. Ele nos ensina que Deus vê o
coração (1Sm 16:7; 1Rs 8:39; 1Cr 28:9; Hb 4:13) e se importa muito com o
pensamento que motiva o ato. Estabelece o princípio de que os pensamentos do
coração estão sob a jurisdição da lei divina e de que somos tão responsáveis
por eles quanto o somos por nossos atos... Alguém pode se refrear de cometer adultério
devido às penalidades sociais e civis que resultam de tais transgressões, mas à
vista do Céu ele pode ser tão culpado quanto se tivesse realmente cometido o
ato (Mt 5:18)” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia).
c) O último dos mandamentos
“é o mais íntimo de todos os mandamentos, proibindo não um ato externo, mas um
estado mental escondido, isto é, um estado que é a raiz de quase todo o pecado
contra o vizinho” (Cambridge Bible).
2. O décimo mandamento é o suprassumo dos dez mandamentos: Matthew Henry afirma
que este mandamento golpeia a raiz do pecado. Depois afirma que o apóstolo
Paulo, quando a graça divina fez cair as escamas de seus olhos, percebeu que “Não
cobiçarás” “proibia todos os desejos irregulares que são os primogênitos da
natureza corrupta, o primeiro despertar do pecado que reside em nós, e o início
de todo pecado que é cometido por nós. Esta é aquela luxúria, diz ele, cujo mal
ele não teria conhecido, se este mandamento, que veio à sua consciência, não
lhe tivesse mostrado, Rm 7:7”.
3. O décimo mandamento chega aonde os outros nove não alcançam: Com o último mandamento,
Deus estava nos ensinando que “a lei não se aplica somente a atos, mas também
aos sentimentos e intenções do coração. Em outras palavras, a lei envolvia
sentimentos interiores, e não apenas atos externos” (Russel Norman Champlim).
Assim, o ser humano “é responsável perante Deus não apenas no que tange às suas
ações, mas também no tocante aos seus pensamentos” (Novo Comentário Bíblico).
Certamente que, “a posição desse mandamento no final da lista indica que ele
trata de qualquer pendência que ainda reste no âmbito relacional, pois abrange
todas as formas possíveis de relacionamento – com Deus, com a família e com a
sociedade mais ampla” (Comentário Bíblico Africano).
III. O ÚLTIMO DOS
MANDAMENTOS É O MAIS IMPORTANTE DOS DEZ, POIS PENETRA NAS RAÍZES DO PECADO EM
NOSSO CORAÇÃO – Êxodo 20:17
1. Muitas vezes o último é
a ápice, o auge de um todo importante.
2. Muitas vezes o último é
o que arremata, encerra e conclui tudo o que vem antes.
3. Muitas vezes o último é
conclusivo, mostrando que sem ele a incompletude seria evidente:
a) Uma casa sem teto não
satisfaria seus moradores, por mais que o piso e as paredes tenham sido feitos de
alto padrão.
b) Um carro sem rodas não
satisfaria nenhum motorista, por mais que o motor e toda estrutura do carro
fosse o que de melhor havia no mercado.
c) Uma oferta de um bom produto
sem um bom fechamento significa perca da venda, assim como o sermão sem
conclusão aparenta ser como um rio que deságua no brejo.
i. O décimo mandamento
conclui de forma apoteótica a Lei dos Dez Mandamentos.
ii. O décimo mandamento é o
ápice, o aspecto mais profundo e íntimo da Lei Moral.
iii. O décimo mandamento é o
mais importante de todos os dez mandamentos.
· “O décimo mandamento denuncia
a atitude específica que leva à quebra de todos os mandamentos... O pecado
começa com os próprios desejos... O mandamento começa pelo coração e pela vontade”
(Paul R. House).
· “Este mandamento trata do
íntimo do coração do homem e mostra que nenhum dos nove mandamentos anteriores
pode ser observado simplesmente por um ato externo ou formal. Cada instinto
interior que conduzia ao ato em si também estava incluído” (Walter Kaiser).
· “O décimo mandamento
fere a própria raiz de todos os pecados, proibindo o desejo egoístico, do qual
nasce o ato pecaminoso” (Ellen G. White).
CONCLUSÃO:
1. Deus não quer que ignoremos que o pecado vai muito além de
atos e fatos. O pecado está enraizado no coração; e, por esse motivo, até quem
consegue não externar seus sentimentos e pensamentos está em pecado e precisa de
um substituto caso não queira ser condenado, o que no Antigo Testamento era o
sacrifício de um cordeiro sem defeito; agora, é Jesus, o qual não tinha nenhuma
evidência da cobiça em seu coração.
2. Deus quer que saibamos
que até nossos sentimentos e pensamentos são corruptos, mais do que todas as
coisas e desesperadamente maus, ainda que não pratiquemos nenhum ato que revele
o que está escondido no íntimo (Jeremias 17:9); portanto, precisamos de um grande
Salvador, cuja natureza não contenha a mancha da maldade como a nossa.
3. Deus quer que percebamos
que até o que não é percebido externamente é proibido no íntimo por Sua Lei, demonstrando
assim que apenas obediência externa não anula nossa necessidade do sacrifício
expiatório realizado por Seu Filho na cruz do Calvário.
APELO:
1. Aprofunde-se mais no estudo dos Dez Mandamentos tendo em
vista ao último dos mandamentos, e a graça oferecida por Cristo.
2. Aprofunde-se mais na
análise e reflexão do décimo mandamento a fim de que não caias em heresias
sobre pecado e salvação ao desconsiderar um mandamento tão importante e
relevante como esse.
3. Aprofunde-se mais no
conhecimento de tua situação diante de um Deus que é tão santo que proíbe até
os sentimentos gananciosos e pensamentos de cobiça que nascem em nosso coração, a fim de que dependamos
de Sua graça que provê nossa redenção.
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