sábado, 1 de outubro de 2016

DESEJANDO O EPISCOPADO



ESBOÇO 548
TEMA: DESEJANDO O EPISCOPADO
“...se alguém aspira o episcopado excelente obra almeja” I Timóteo 3:1
            Aspiração, a palavra em si já diz respeito a anseio, pretensão e vontade. As pessoas são naturalmente dotadas de desejos por coisas importantes da vida como: Posição, fama, dinheiro, privilégios etc. Finalmente todos buscam o melhor para si como fonte de prazer, as mesmas coisas acontecem com aqueles que iniciam uma vida ministerial cristã, por isso o apóstolo Paulo disse que quem almeja excelente obra anseia (I Tm 3:1).
Definição
Episcopado, esse vocábulo significa pastorado, a palavra no grego “epíscopo” tem um significado idêntico ao de Bispo, presbítero e ancião, se não procurarmos entender bem esses significados desprezaremos um e valorizamos outras palavras no mesmo sentido, por isso existem muitas divergências em muitas igrejas cristãs em relação a essa palavra.
As aspirações
Naturalmente muitas pessoas que ingressam na igreja sempre têm o desejo de desenvolverem algum trabalho, isso acontece de forma espontânea, esse é resultado dos ensinamentos que receberam no principio da fé. O desejo de ser um obreiro nasce durante o exercício, na evangelização e escola bíblica dominical, entre outros, desejar não é problema, mas cada um deve saber que os dons ministeriais são dádivas divinas, eles não são dons naturais e nem habilidades (Ef 4:11; I Co 12:28). Aqueles que percebem ter uma chamada necessariamente precisam conhecer qual a origem e o propósito daquela convocação “Paulo apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus...” (2 Tm 1:1; 2 Co 1:1), enquanto o pretendente não tiver conhecimento disso jamais saberá valorizá-la.
Aspirações mórbidas
O desejo mórbido pode conduzir o aspirante de uma posição ministerial às frustrações podendo implicar-lhe por muito tempo, ou até mesmo conseguir, mas fugindo dos padrões da palavra de Deus pode conduzir a situações bem piores (Sl 42:7). O anseio por cargos ministeriais devem ser controlado, não devemos olhar para as outras pessoas que alcançaram mesmo sem qualidades, ou mesmo que vieram depois de você. Uma pessoa pode até assumir alguma posição e não ter a aprovação divina imediata, ele desempenhar bem o seu trabalho até certo ponto, ou mesmo até o final da carreira, como também ter a aprovação divina rapidamente e não corresponder, isso depende muito do coração humano. Saul era um homem de bem e escolhido por Deus para reinar sobre Israel, Deus lhe fez uma grande promessa de transformação “E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem.” (I Sm 9:20; 10:6), ele reinou bem no primeiro ano, mas do segundo ano em diante ele começou a deixar de consultar ao Senhor para tomar decisões próprias (I Sm 13:1-13), depois fez outras coisas que Deus não se agradou, mesmo assim ainda reinou 40 anos, mas as promessas de Deus não anulam as suas cobranças quando o indivíduo deixa de fazer a sua vontade (Lc 12:47,48), ela pode não vir agora, mas virá depois.
Monitorando as aspirações
A observação criteriosa deve ser judiciosa, devemos ter muito cuidado para não ambicionar de maneira doentia aquilo que está acima das nossas possibilidades, antes de tudo você deve saber que o ser precede o ter, e o restante são consequências, é preciso saber esperar o tempo de Deus para que as coisas aconteçam dentro da sua vontade. Devemos saber que não é por muitos esforços que alcançamos o pastorado (Rm 9:16), há pessoas que pensam que só podem desenvolver um trabalho na obra de Deus sendo pastor, existem muitas maneiras de trabalhar na igreja que não estão diretamente ligados ao pastorado, nas escrituras temos o moço Bezalel muito bom em arte, ele não era sacerdote e nem rei, mas um homem dedicado em fazer obras de arte com muita perfeição (Ex 35: 30-35). Cada um tem a sua chamada dentro daquilo que ele sabe fazer. O que precisamos entender é que nem sempre os planos de Deus acontecem do dia para noite, o trabalhar de Deus podem durar anos para acontecer, Davi foi ungido a rei entre 15-17 anos, mas teve que esperar um pouco para chegar ao trono, ele reinou com 30 anos de idade (2 Sm 5:4).
Os sofrimentos do pastorado
Todo obreiro no exercício do seu ministério sofre, são as marcas de Cristo que o acompanham (2 Co 4:10,11; Gl 6:17), a vida ministerial de Paulo foi pontilhada de sofrimentos, ele passou por momentos amargos, calúnias prisões, perseguições e açoites, (2 Tm 4:9;11,21); abandono (2 Tm 4:10); traição (2 Tm 4:14,15); privações (2 Tm 4:13); ingratidão (2 Tm 4:4,16). Paulo sofreu também com obreiros, mas não era vingativo, procurava sempre recuperar os que deixavam de lhe acompanhar, temos um grande exemplo o de João Marcos que por causa de uma discussão se separaram, mas depois soube que ele seria útil para a obra.  Onésimo era um o escravo que havia roubado o seu patrão, foi recuperado por Paulo e enviado de volta com recomendações especiais.
            É muito natural desejarmos galgar posições no ministério, porém devemos saber que essas aspirações devem ser controladas, pois os desejos doentios podem acarretar uma série de problemas. Devemos monitorar as nossas aspirações, sabendo que cada um tem uma chamada diferente, mas os planos de Deus são os mesmos, embora não sejamos capazes de fazermos, mas Deus dará a capacidade (2 Co 3:5,6). Estejamos cientes que os sofrimentos do episcopado são inevitáveis, mas Deus sempre dará vitória ao que chama.
Pr. Elis Clementino – Paulista -PE

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